No dia 1 de Dezembro de de 1934, precisamente há 75 anos, foi publicada a 1.ª edição de Mensagem de Fernando Pessoa. Esta obra, que viria a ser uma das mais importantes da história literária portuguesa, havia concorrido ao Prémio Antero de Quental, no qual foi ultrapassada por um livro medíocre, chamado Romaria, e escrito por um tal de Padre Vasques que, obviamente, não ficou para a História.
Não quero ceder à tentação, aqui, do elogio repetido e fácil. Mas posso ceder ao impulso de transcrever um poema da Mensagem.
Por que terei escolhido este? E quem resistirá a lê-lo, hoje?
Nevoeiro
Nem rei nem lei, nem paz nem guerra,
Define com perfil e ser
Este fulgor baço da terra
Que é Portugal a entristecer -
Brilho sem luz e sem arder,
Como o que o fogo-fátuo encerra.
Ninguém sabe que coisa quer.
Ninguém conhece que alma tem,
Nem o que é mal, nem o que é bem.
(Que ânsia distante perto chora?)
Tudo é incerto e derradeiro.
Tudo é disperso, nada é inteiro.
Ó Portugal, hoje és nevoeiro...
É a Hora!
Fernando Pessoa, Mensagem
na próxima sexta
Há 8 horas
Grande!
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