sábado, 14 de maio de 2011

JOAQUIM VIEIRA NA ESCOLA. AINDA

Já foi há uns dias, mas não posso deixar de assinalar este ponto alto da vida da Biblioteca da nossa Escola. Joaquim Vieira aceitou vir falar connosco e, como disse muito bem a Paula na apresentação que dele fez, pretextos não faltariam, tão vasto tem sido o campo de trabalho e investigação deste grande jornalista, escritor e historiador. Acabámos por escolher a semana da comemoração do 25 de Abril e, por isso, numa sessão a que deu o título de "Portugal: da ditadura à democracia", ele escolheu precisamente caracterizar, em linhas gerais, objectivas e certeiras, o Estado Novo e a eclosão do 25 de Abril, com recurso a um suporte de imagens projectadas muito bem escolhidas.

Foi uma extraordinária aula de História, mas não foi uma aula qualquer. Na verdade, todos os participantes ficaram presos pelo poder de comunicação deste profissional da comunicação. Os olhos não se desviavam. Os ouvidos não se dispersavam. Como professora, lembrei-me que não seria mal pensado aprendermos um pouco com os jornalistas (os jornalistas a sério, claro! Como Joaquim Vieira!)

Lembrei-me, entretanto, de uma curiosidade engraçada, acontecida há uns anos, quando na Escola comemorávamos um outro aniversário do 25 de Abril. A procurar uns papéis para a exposição da Biblioteca, encontrei, dentro de um velho caderno da Faculdade, uma folha policopiada, em stencil, como se usava nos anos 70. Era um comunicado das Associações de Estudantes da Universidade de Lisboa a denunciar a prisão, pela PIDE, de um colega do Técnico - Joaquim Vieira. Com foto e tudo. Entreguei a folha amarelecida à irmã, a nossa colega Ana Vieira.

Agora, já que este é o blogue da Biblioteca, falemos de livros. Aconselho 2 títuloaos de Joaquim Vieira. Poderiam ser outros quaisquer, mas apetece mesmo sugerir estes: a biografia do fotógrafo Joshua Benoliel (com as suas fantásticas fotos que nos fazem revisitar momentos únicos da história de Lisboa e do país) e o romance (se quisermos) A Governanta (é mesmo a D. Maria do Salazar). Não percam.

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