sexta-feira, 16 de abril de 2010

REI ÉDIPO de SÓFOCLES REVIVE NO TEATRO NACIONAL

A cidade de Tebas encontrava-se aterrorizada pela Esfinge. Creonte, cunhado do rei Laio, oferecia o reino a quem pudesse derrotar a Esfinge, enquanto que o rei procurava ajuda. Édipo chegou à cidade e conseguiu o que se considerava impossível – derrotar o monstro. A boa notícia espalha-se, juntamente com a notícia terrível da morte do antigo rei. Salteadores atacaram-no durante a sua viagem, de acordo com a única testemunha.
Os anos decorreram. Édipo casou-se com a rainha Jocasta, governando juntos a cidade de Tebas. Esta, no entanto, é atacada por uma violenta peste, e muitos procuram uma solução. De acordo com o deus Apolo, apenas a punição do assassino do rei Laio poderá trazer de novo prosperidade à cidade decadente.
É precisamente neste ponto que se enquadra a acção de o Rei Édipo. A peça consiste na procura do criminoso. A única pista que as personagens têm para prosseguir é uma premonição de Apolo, segundo a qual o rei Laio seria morto pelo próprio filho, e este casar-se-ia com a sua mãe. Enquanto a acção se desenrola, podemos, pois, assistir à revelação dos segredos do passado de Édipo, que são mais obscuros do que, a princípio, se pode imaginar.
A interpretação da peça encenada no Teatro Nacional D. Maria II é uma versão actualizada. Jorge Silva Melo, o encenador da tragédia, pretendeu uma identificação dos espectadores com a situação retratada. Apesar de a história ter vários elementos mantidos da tragédia escrita por Sofócles, o ambiente transmitido é relativamente contemporâneo, através, por exemplo, das roupas, ou dos instrumentos musicais utilizados (maioritariamente de percussão).
Diogo Infante (Rei Édipo), Lia Gama (Rainha Jocasta) e Virgílio Castelo (Creonte), entre outros, dão vida e força à peça. A banda sonora encontra se a cargo de Pedro Carneiro, um percussionista excepcional. Não há momentos mortos em O Rei Édipo, devido a esta banda sonora, que preenche, de forma extraordinária, as pausas da peça. Concluindo, O Rei Édipo é uma peça magnífica, muito bem interpretada e com uma banda sonora muito rica.
Aristóteles considerou a tragédia original de Sofócles como a melhor peça da Antiguidade. Tendo em conta esta opinião, que opinião expressaria sobre esta interpretação, caso ainda vivesse? Ninguém sabe. Mas provavelmente adoraria. Tal como eu adorei.

DIOGO NOGUEIRA, 11.ºC
(Depois de ter ido assistir à peça, com as turmas 11.ºC e 11.º F)

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