sábado, 29 de maio de 2010

ALICE NO PAÍS DA MATEMÁTICA: ARGUMENTOS E PARADOXOS

E quase no final do ano lectivo,

incluído no UNIDIVERSO


ALICE NO PAÍS DA MATEMÁTICA

(Ou: Filosofia? Matemática? Nonsense?)

dia 1 de Junho (terça-feira)

às 10h. 20 min.,
na Biblioteca




Uma sessão dinamizada por Ana Vieira a partir de
Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carroll.

1 comentário:

  1. OBRIGADO, SARAMAGO
    José Saramago despediu-se de nós no passado dia 18 de Junho. Recebendo a notícia na pior das alturas, vinte minutos antes do meu exame de alemão, não deixei, no entanto, de prestar uma última homenagem ao nosso nobel da literatura (que aliás, tive o privilégio de conhecer pessoalmente). Visitei assim o corpo do escritor no salão nobre dos paços de concelho, onde se encontrava em câmara ardente, e onde deixei algumas flores. Uma homenagem a esse homem que levou o nome de Portugal tão longe nunca é de mais. E escrevo este pequeno texto também em forma de homenagem a esse grande vulto da cultura, da ética e da política portuguesas. Os seus livros, de teor altamente ensaístico, questionaram o homem e, muitas vezes, a sua fé fútil em deus. Na sua escrita, procurou reproduzir a rapidez do pensamento humano, pelo que muitos idiotas chamaram aos seus livros ilegíveis. Num país onde a literatura cada vez mais se resume a tipos execráveis como o José Rodrigues dos Santos e o Miguel Sousa Tavares, não admira que pouca gente lesse DE FACTO a obra de saramago. Foi com pesar que verifiquei que a maior parte das pessoas que se reuniam nos paços de conselho eram comunistas idosos que vinham como a massa proletária muitas vezes vem: apenas por vir. Após a sua morte, posso simplesmente esperar que mais e mais pessoas leiam a obra de Saramago, que mais e mais pessoas descubram o prazer de folhear um dos seus livros, que mais e mais pessoas se divirtam com as suas reflexões humorísticas que muitas vezes distorcem a própria história, que mais e mais pessoas aprendam com as suas acusações à igreja católica e ao vingador dos vingadores, deus, e, principalmente, que mais e mais pessoas leiam (BOA LITERATURA).
    Não posso deixar de dizer que, para além de um fim-de-semana de luto nacional, foi também um fim-de-semana de vergonha nacional, esse que passou. Porque os portugueses conseguiram a proeza de reeleger o mesmo governo fascista que há dezanove anos censurou a obra do famigerado escritor e, pondo em causa dessa forma as liberdades de saramago, o forçou moralmente ao auto-exílio. José Saramago, mais do que ninguém, manteve-se fiel às suas origens. Esse génio da nossa cultura foi sempre o primeiro a mencionar que nascera camponês e, no seu íntimo, nunca abandonou portugal. Escrevesse em espanha, ou não, a sua literatura era portuguesa. Assim, se saramago nos abandonou, não foi porque não amasse o seu país ou o seu povo. Ele somente não amava o seu governo. E quem o pode criticar? Sim, Cavaco Silva não foi ao funeral de Saramago. Ainda bem. Porque a um enterro de um grande escritor só devem ir pessoas que saibam ler e falar, não anafabetos burgessos que representam a mediocridade portuguesa no seu expoente máximo, a falta de estética e de gosto, e a estupidez personificada num corpo caquético.
    Por tudo isso, tenho apenas a dizer: OBRIGADO, SARAMAGO.

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