segunda-feira, 1 de novembro de 2010

FIAMA

A propósito do Colóquio "Fiama Hasse Pais Brandão", a que assistimos nos dias 29 e 30 de Outubro, na Casa Fernando Pessoa - e no qual foi lançada a antologia Âmago - deixamos aqui um poema revelador de uma das grandes vozes da poesia portuguesa da 2.ª metade do século XX.

Chamar-Te é um sopro. O assobio
dos pássaros na enseada.
Baixa a colina agora e segue
o fio da minha voz. O azul do mar
assimila-nos a si. O Teu
nome vai perder-se no estuário
que nós víamos do cimo
da muralha. Desprezo o eco. Nada
Te chegará de tudo isto
que é o real. Ventos, sons, o mar,
a voz são uma mancha inconsis-
tente no único espaço que nos une.


Fiama Hasse Pais Brandão

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