A manhã do dia 17 foi marcada por uma surpresa que esperava, na Biblioteca, alguns alunos de 11ºs anos (E, F): um pequeno-almoço.
No lugar sagrado que é uma Biblioteca estava-se perante a possibilidade de uma refeição que também só poderia ser uma refeição sagrada, uma oferenda, um ritual: chá, tostas com compota ou mel e biscoitos constituíram os alimentos de um pequeno-almoço em que o convidado central foi o filósofo René Descartes.
O pretexto era a leitura de um livro, que encontram na Biblioteca, e cujo título é Pequeno-almoço com Sócrates. O título é deliberadamente redutor, aludindo simplesmente a um conceito: «Sócrates» não é Sócrates, é todos os filósofos sobre que o livro vai falando - e, já agora, «pequeno-almoço» também não é só o pequeno-almoço, mas símbolo de todas as actividades corriqueiras e quotidianas (como ir ao ginásio, preparar uma festa, fazer compras, discutir com o parceiro...) que preenchem mecanicamente a nossa existência. Não pensamos acerca delas: e, todavia, são pensáveis, na sua significação filosófica ou nas perplexidades em que nos envolvem quando sobre elas reflectimos. Mais: o autor mostra-nos como, de algum modo, os mais simples actos humanos, nas suas implicações éticas e políticas, já foram matéria de uma meditação por parte dos filósofos, desde Sócrates até aos contemporâneos.
Dois alunos do 11º E guiaram a conversa: a Mariana Amor e o João Ramos, em torno da ideia do «acordar», suscitavam perguntas que, a cada passo, nos transportavam para Descartes. O fantasma do filósofo acompanhava o diálogo. E se não interveio directamente, os seus problemas foram invocados. E debatidos.
Proximamente, haverá um outro pequeno-almoço. Valha-nos Descartes!
na próxima sexta
Há 37 minutos
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