É
bonito, haver um dia dedicado à celebração da poesia. Também a data foi uma escolha feliz, nesta época, metáfora para todos os começos.
Celebremos, pois, o dia.
Vamos fazê-lo, porém, dando ouvidos aos que “são contra os dias”, estes dias (da Criança, da Mulher, da Música, dos Direitos Humanos…), por os acharem sinal de desprezo pelo que comemoram, ou pelo menos de alguma fragilidade do que está a ser comemorado, nos restantes trezentos e tal dias do ano.
A solução impõe-se e só pode ser a de lembrarmos todos os dias este dia, ATÉ DE HOJE A UM ANO, com a publicação de um novo poema, escolhido por alunos, professores, funcionários, pais.
No final, teremos a Primeira Antologia Poética da ESPJAL.
A equipa da Biblioteca / projecto aLer+ tem o privilégio de começar, com
A escolha de … professora Ana PáscoaAntes que Seja TardeAmigo,
tu que choras uma angústia qualquer
e falas de coisas mansas como o luar
e paradas
como as águas de um lago adormecido,
acorda!
Deixa de vez
as margens do regato solitário
onde te miras
como se fosses a tua namorada.
Abandona o jardim sem flores
desse país inventado
onde tu és o único habitante.
Deixa os desejos sem rumo
de barco ao deus-dará
e esse ar de renúncia
às coisas do mundo.
Acorda, amigo,
liberta-te dessa paz podre de milagre
que existe
apenas na tua imaginação.
Abre os olhos e olha,
abre os braços e luta!
Amigo,
antes da morte vir
nasce de vez para a vida.
Manuel da Fonseca, in
Poemas Dispersos
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