Mais uma vez, a nossa Escola recebeu um importante Prémio de Poesia.
Desta vez foi o 2.º Prémio do Secundário, no Concurso Nacional "Faça Lá um Poema", promovido pelo Plano Nacional de Leitura e o Centro Cultural de Belém.
Sejamos mais rigorosos. Quem recebeu o prémio foi o João de Almeida d'Eça, do 11.ºF, e o poema - extraordinário poema - é "Morte em Veneza".
Estivemos no CCB, na cerimónia de entrega dos prémios, integrada nas comemorações do DIA MUNDIAL DA POESIA, e ficámos a saber, pelo Fernando Pinto do Amaral, presidente do PNL e do Júri, que estiveram em concurso mais de 2500 poemas. A única coisa que ocorre dizer é que foi muito emocionante ouvir o João ler, maravilhosamente, o seu poema. A perplexidade face a esta tão madura reflexão sobre a fugacidade da beleza e da juventude, submetidas ao peso implacável do tempo, esse escultor, não deixa de nos acompanhar. Thomas Mann e Visconti estiveram por momentos sentados, ao nosso lado, no grande auditório do CCB.
Parabéns, João, por os teres convidado!
Já que não ficou registo gravado desse instante tão intenso, transcreve-se o poema.
MORTE EM VENEZA
Todos morremos em Veneza
todos somos Aschenbach
vendo a juventude fugir
esvaindo-se por entre os dedos.
Todos encontramos o pequeno Anselmo
e todos o perdemos entre a bruma da maré
e quando ele reaparece, tarde de mais,
jazemos mortos na areia cálida
o bafo moribundo contra a corrente
os olhos brancos fitando o céu.
E o pequeno Anselmo foge
em toda a sua resplandecência
vendo a nossa carcaça velha
apodrecer ao sol poente.
Sim! Todos somos Aschenbach
e vimos morrer a Veneza
roídos pela frustração,
pela dúvida e pela incerteza
e todos vemos o pequeno Anselmo
fugir com a sua beleza!
Vinha agora mesmo pedir o poema. Cheguei ao ccb por volta das 16h30, entrei numa sala ao calhas (os programas já tinham esgotado, é sempre a mesma coisa...) e, para minha felicidade, apanhei a cerimónia. Estando o segundo ciclo a ler os poemas, pensei que ia apanhar o secundário, mas infelizmente a cerimónia decorreu ao contrário do que esperava.
ResponderEliminarParabéns, João!
Que poema magnífico...
ResponderEliminarMuitos parabéns ao João e claro, parabéns também à Escola!
Muito bem, senhor Joao dAlmdeida dEca. Vamos ver se eu arranjo coragem para ir recitar poemas contigo e com o Guilherme, no Palacio dos Ciprestes, a frente de um monte de gente. Para ti, ja percebi que nao e problema, mas eu...ai...
ResponderEliminarPS-Nao consigo por acentos nem outros caracteres. Parece que o teclado resolveu embirrar comigo e passou-se de vez.